(Por Bruna Camargo) – Os títulos públicos, representados pelo índice de mercado IMA-Geral, tiveram desvalorização média de 1,31% em outubro, informou ontem a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O desempenho do indicador, referência para os investimentos em renda fixa, foi impactado pelo anúncio da proposta que altera o teto de gastos, avalia Hilton Notini, gerente de Preços e Índices da Anbima. “As incertezas fiscais puxaram para baixo os preços dos títulos públicos negociados no mercado secundário, sobretudo os de longo prazo”, afirma Notini.
Inflação também prejudica rentabilidade
Além das questões fiscais, o aumento da inflação também influenciou os preços dos títulos públicos. O subíndice IMA-B5+, que reflete o comportamento dos ativos indexados à inflação com prazos acima de cinco anos, teve perdas de 3,87% no mês. O resultado reduziu ainda mais o rendimento acumulado da carteira em 2021, que saiu de -6,63% em setembro para -10,25% em outubro. Em direção semelhante, o IRFM-1+, que representa os títulos pré-fixados de prazos acima de um ano, variou -3,44% no mês e -9,10% no ano.
O resultado do IPCA-15, que ficou em 1,2%, comprometeu a rentabilidade dos títulos de prazos mais curtos. Os pré-fixados com até um ano de vencimento, refletidos no subíndice IRFM-1, recuaram 0,54% no mês. Mesmo assim, entre janeiro e outubro esses títulos mantêm desempenho positivo de 1,23%.
O IMAB-5, que expressa a carteira dos títulos indexados à inflação de prazos de até cinco anos, teve rendimento negativo de 1,24% no mês, mas acumula uma variação positiva de 1,22% no ano.
Com alta da Selic, IMA-S avança
Já os títulos indexados à taxa Selic diária mantiveram sua trajetória de valorização, reforçada agora com a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que irá intensificar o aperto monetário. Com isso, a rentabilidade do IMA-S em outubro alcançou 0,58% e continua sendo o melhor desempenho entre os títulos públicos para este ano (3,23% no resultado acumulado).
Títulos privados no curtíssimo prazo se destacam
No lado dos títulos da dívida corporativa, os papéis atrelados à taxa diária de curtíssimo prazo tiveram as melhores rentabilidades de outubro.
O índice IDA-DI, que reflete a carteira de debêntures indexadas ao DI diário, apresentou 0,68% de retorno, ampliando sua performance para 6,01% em 2021.
Em seguida, tanto o IDA-IPCA Infraestrutura, que acompanha as debêntures incentivadas, quanto o IDA-IPCA ex-Infraestrutura registraram variações negativas no mês – 1,41% e 1,78%, respectivamente. Ainda assim, os dois índices acumulam valorização no ano, de 1,41% e de 3,60%.