Diariamente os canais ou sites de notícias informam que o dólar fechou em tantos reais. Essa é um dado comum, mas que nem todo mundo entende como essa cotação funciona e o que explica as altas e baixas do dólar.
A cotação da moeda norte-americana é feita com base na relação entre as economias dos países e, principalmente, na taxa de câmbio. Por isso, vamos iniciar esse artigo explicando o que ela é.
Taxa de Câmbio
A taxa de câmbio define o valor de qualquer moeda estrangeira (dólar, libra, euro…) em relação a moeda brasileira, o real. E quando ouvimos a palavra câmbio, em separado, ela quer dizer a quantidade de reais que são necessários para comprar a moeda de fora, seja o dólar, o euro ou outra.
O valor dessa taxa é divulgado diariamente pelo Banco Central e a variação apresentada por ela é devido aos muitos fatores que impactam o mercado financeiro, como questões políticas e claro, as econômicas. Elas vão influenciar todas as operações comerciais entre os países.
Há dois modelos principais que definem a taxa de câmbio, o fixo e o flutuante. O câmbio fixo é definido no momento em que o governo determina um preço específico para a moeda estrangeira e o Banco Central faz movimentações no intuito de manter esse valor no patamar inicial. Já o câmbio flutuante, é estipulado pelo mercado por meio de ações de compra e venda da moeda de fora.
Lei da oferta e da demanda
A lei da oferta e da demanda pode ser explicada assim: quando a oferta é alta e supera a demanda – procura dos consumidores – o preço tende a cair. E caso aconteça o inverso, a demanda supera a oferta, o preço apresenta aumento. É com essa lei que a cotação do dólar impacta na economia brasileira.
Por exemplo, quando a oferta do dólar é superior à sua demanda, a cotação cai. Esse cenário é bom para o Brasil, pois o valor do real fica mais próximo ao do dólar. Do contrário, quando a oferta do dólar é inferior à sua demanda, a cotação sobe. Nesse caso, o cenário é ruim para a economia brasileira, pois o valor do dólar em comparação ao real apresenta uma diferença maior, ou seja, fica mais caro.
Fatores que impactam nas variações do dólar
Alguns fatores influenciam na alta e na queda do dólar. São eles:
Turismo
Ele provoca a queda da moeda norte-americana quando os turistas vêm ao Brasil e trocam o dólar pelo real. Dessa forma, a demanda pelo real aumenta. Mas, quando os brasileiros gastam mais do que o esperado em países estrangeiros, a procura (demanda) pela moeda norte-americana aumenta. Com isso, é provocada a alta do dólar.
Superávit ou déficit comercial
Primeiro é importante saber que superávit indica um excedente, e déficit significa o oposto, um resultado negativo. Quando o número de exportações é alto e os itens vendidos pelo Brasil são pagos em dólares pelos compradores estrangeiros, temos o superávit e automaticamente, a queda do dólar. Quando entram dólares no país, aumenta a oferta de dólar e a cotação cai. Quando há uma importação brasileira maior do que a exportação, temos um déficit e também, o aumento da cotação da moeda estrangeira já que para importar produtos é necessário comprar mais dólares.
Questões políticas
O cenário político do país influencia nas variações do dólar. Por exemplo, se a política brasileira apresenta aumento no risco-país (medidor da confiança do investidor estrangeiro no que se refere as transações internacionais feitas em um determinado país), os investidores ficam mais cautelosos para injetar capital e desistem dos investimentos. Dessa forma, há uma retirada grande de dólares da economia e assim, o valor da moeda norte-americana aumenta por reduzir sua oferta. Quando o risco-país é baixo, aumenta a circulação de dólares no país pelo fato de entrar dinheiro para investimentos, fazendo a cotação do dólar diminuir.
Juros
Quando os juros brasileiros estão altos, os investidores estrangeiros são atraídos mais facilmente e investem em títulos públicos. Porém, caso haja o aumento dos juros americanos, os investidores estrangeiros e nacionais que busquem mais segurança, podem optar por investir nos títulos americanos, muitas vezes resgatando investimentos do Brasil para comprar dólar e retirar o dinheiro daqui o que faz com que a cotação suba.
Tipos de dólar
Existem três tipos de dólar, são eles:
Dólar comercial
Quando os noticiários informam a cotação da moeda norte-americana, ela é baseada no dólar comercial. Ela é utilizada nas operações realizadas na Bolsa de Valores e no exterior, entre as empresas e pelo governo. Esse é o dólar mais acessível, ou seja, apresenta um valor mais baixo comparado aos outros. Isso, porque as transações das quais são utilizados os dólares comerciais, ajudam no crescimento do país e o preço mais baixo facilita essas operações que apresentam uma tributação mais alta.
Dólar turismo
Como o nome já evidencia, essa é a cotação utilizada na compra da moeda para viagens ao exterior. Além disso, as compras efetuadas pelo cartão de crédito fora do país são baseadas no dólar turismo. É uma cotação com valor maior comparado ao dólar comercial, pois é direcionada apenas para pessoas físicas e há cobrança de IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.
Dólar paralelo
Esse é o dólar que circula ilegalmente no país, pois é manuseado por entidades ou pessoas que não possuem autorização para essa comercialização da moeda, ou seja, não são reconhecidas pelo Banco Central.
Conclusão
É fundamental estar atento as variações na cotação do dólar, pois como vimos anteriormente, isso diz muito sobre como está o mercado financeiro e o andamento da economia brasileira. E antes de comprar dólares, a dica que deixamos é: analise os preços da moeda nos bancos, corretoras ou casas de câmbio antes de fazer a sua escolha, assim é possível aproveitar a melhor oferta.
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