Já parou para pensar que nem sempre o impacto que sentimos no Bolso é na mesma proporção que a inflação oficial? E no final do mês, parece que as contas não estão fechando da forma como gostaríamos. Sendo assim, é importante saber como calcular essa variação e entender como isso está atingindo o seu planejamento financeiro e de investimentos.
Mas, antes de se aprofundar nos números, é válido entender a teoria por trás desse processo. Logo, recapitular sobre o Índice de Preços para o Consumidor Amplo, o famoso IPCA é fundamental.
Entendendo o IPCA
Por funcionar como o indicador oficial da inflação, esse indicador é o que mostra a variação dos preços de diversos produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras.
Nesse sentido, para definir o IPCA do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE calcula o valor de vários itens de consumo como alimentos, energia elétrica, água, gasolina, mensalidade escolar, consultas médicas, atividades de lazer etc.
Vale dizer que é com base nele que o Banco Central calcula o índice brasileiro de inflação e deflação, ou seja, ele é usado como termômetro mensal da variação dos preços.
Cenário atual do IPCA
Nos últimos meses, esse indicador está sendo um verdadeiro pesadelo para os brasileiros, até porque, em de abril deste ano, ele superou a barreira dos 12,13% nos últimos 12 meses, é o que informa o IBGE.
Entretanto, ainda que pareça ser tudo a mesma coisa, o aumento dos preços que a população sente diretamente no seu orçamento tende a não ser igual ao da inflação oficial. Mas por que?
Bom, aqui é interessante retornar ao conceito do IPCA, porque partindo do princípio de que um indicador é uma média, automaticamente ele não informa o valor exato.
Portanto, ele vai medir a variação de preços de uma cesta com produtos distintos que são consumidos pelas famílias cuja renda também é divergente, podendo ir de um até 40 salários mínimos.
Além disso, ainda tem o fator geográfico, afinal, elas estão espalhadas por regiões metropolitanas e alguns municípios brasileiros, o que pode resultar em variações de preços também.
Para entender de forma ampla sobre a inflação pessoal, vamos ao conceito.
O que é inflação pessoal?
A própria nomenclatura já demonstra que se trata de uma inflação relacionada ao consumo pessoal. Ou seja, é algo que impacta em especial o indivíduo e a sua família. É uma variação de preço dos produtos e serviços que ele de fato consome.
Ainda que exista uma cesta teórica do IBGE, isso não quer dizer que seja exatamente a consumida pelo público. Por exemplo: se o indivíduo é vegano, automaticamente o aumento da carne ou dos produtos derivados de animais não vão afetar as suas finanças, como acontece com uma pessoa que consome essa proteína e produtos de origem animal.
Cálculo da inflação pessoal
Mesmo que pareça ser um bicho de sete cabeças, essa parte do cálculo é algo simples. Isso porque o mais importante de tudo é o detalhamento dos gastos com esses produtos e serviços consumidos durante cada mês.
Vale dizer que meses com acontecimentos atípicos, como viagens ou coisas do tipo, não trazem muito parâmetro.
Feitas as anotações de dois meses completos, já é possível fazer um pequeno levantamento dessa inflação pessoal.
Veja um exemplo:
Produto | Quantidade p/ mês | Total mês 1 | Total mês 2 | |
Arroz | 5kg | R$25 | R$28 | |
Feijão | 5kg | R$30 | R$35 | |
Gasolina | 50 litros | R$300 | R$323 | |
Total: | – | – | R$355 | R$386 |
Nota-se que houve uma diferença entre o primeiro mês e o segundo. A variação entre os meses, em percentual, foi de aproximadamente 8,7% a mais. Essa é justamente a inflação pessoal calculada para o exemplo.
É importante fazer um comparativo exato, com a mesma quantidade e do mesmo produto, do contrário, pode existir uma variação de consumo e não inflacionária.
Considerações finais
Saber como o seu bolso está sendo realmente impactado pela inflação, facilita bastante a saúde das suas finanças. Sendo assim, o processo de planejamento do orçamento e também os investimentos fluem de maneira mais natural e segura.
Além disso, é possível gerir e movimentar o seu capital de forma mais eficaz e, claro, que faça sentido com a sua realidade financeira.
Por fim, e não menos importante, é crucial fazer uma comparação da inflação pessoal com o IPCA. Como o indicador calcula a variação de preços de produtos e serviços de nove diferentes grupos, a melhor alternativa é conferir os itens que fazem parte da sua cesta pessoal.
Por Gabrielly Rodrigues