Após a aprovação da privatização da Eletrobras, o governo anunciou que cada trabalhador poderá utilizar até 50% do seu FGTS para comprar Ações da estatal, por meio do Fundo Mútuo de Privatização. Mas o que isso significa? Será que existem outras maneiras de investir o dinheiro do FGTS?
O que é o FGTS?
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, popularmente conhecido pela sigla FGTS, é uma espécie de reserva garantida ao trabalhador. Para formá-lo, os empregadores depositam 8% do salário bruto de cada funcionário em uma conta individual e vinculada ao colaborador.
Quando ele pode ser utilizado?
Geralmente, para a pessoa poder sacar e utilizar este dinheiro é preciso que a mesma apresente as seguintes situações:
- Demissão sem justa causa;
- Aposentadoria;
- Compra da casa própria;
- Fechamento da empresa empregadora;
- Término do contrato de trabalho de um trabalhador temporário;
- Rescisão de contrato por comum acordo entre empregador e trabalhador;
- Falta de atividade remunerada para trabalhador avulso por 90 dias ou mais;
- Ter idade igual ou superior a 70 anos;
- Doenças graves do trabalhador, esposa ou filho, ou em caso de estágio terminal de qualquer doença.
Em 2019, o governo disponibilizou mais duas formas de saque do FGTS: o saque imediato e o saque aniversário.
O saque imediato permite aos trabalhadores resgatar até R$500 das contas do FGTS. Já o saque aniversário, também conhecido como saque anual, autoriza que os trabalhadores saquem uma porcentagem do que possuem no FGTS uma vez ao ano, normalmente perto de sua data de aniversário.
Quanto rende o FGTS?
Enquanto esse dinheiro não é utilizado, ele fica retido e rende 3% + TR (Taxa Referencial) ao ano. Em junho de 2022, isso significa cerca de 3,17%, abaixo da inflação, que acumula alta de 4,29% no ano, e muito inferior à taxa Selic, que rende 12,75% ao ano.
Mas será que existem outras maneiras de investir esse dinheiro?
Durante o último mês, foi anunciado que cada trabalhador poderá utilizar até 50% do saldo do FGTS, sendo o mínimo de R$200, para aplicar em Ações da Eletrobras durante o período de privatização da estatal, por meio do Fundo Mútuo de Privatização (FMP).
O FMP é um tipo de Fundo criado para permitir o uso do FGTS para compra de Ações durante o processo de desestatização de empresas controladas pela União. Esse recurso já foi utilizado durante a privatização da Vale e no processo de desestatização da Petrobras.
Vale lembrar que, ao alocar o dinheiro do FGTS em ativos, ele passa a ter seu rendimento ligado ao desempenho das Ações da companhia, ou seja, passa a ser variável, podendo valorizar ou desvalorizar ao longo do tempo. Por isso, antes de tomar a decisão, é necessário avaliar se a oferta se encaixa no seu perfil de investidor.
Também é necessário ficar de olho no calendário. O período de reservas de Ações vai até quarta-feira (08) às 12h.
Para saber mais sobre como fazer clique aqui.
Além do FMP, o governo também anunciou o saque emergencial de até R$1 mil do recurso do FGTS. Quando analisamos a rentabilidade do FGTS em relação a outros investimentos de Renda Fixa, é possível perceber que, em termos de rentabilidade, ele perde até para a Caderneta de Poupança.
Rendimento | Valor bruto (1 ano) | |
FGTS | 5,65% | R$1.056,54 |
Poupança | 6,17% | R$1.043,00 |
Selic (100% CDI) | 11,75% | R$1.062,00 |
Fonte: XP Investimentos
Dessa forma, caso esse valor não precise ser utilizado para outros fins, vale ponderar a possibilidade de retirá-lo para alocar no investimento que melhor se adeque ao seu perfil, visando a diversificação.
Por Sara Paixão